" Malu, primeiro quero agradecer pelo convite e a oportunidade de escrever no blog. Aproveito para parabenizá-lo pela iniciativa, pois este é um veículo de comunicação democrático e assim permite que a galera que hoje está na UNESP e na Atlética diga um pouco do que acha das nossas histórias malucas.
Vamos começar falando um pouco da Unesp Bauru, da Naumteria, do Sanka e claro, da Atlética. Conheci Bauru quando vim cursar Engenharia Elétrica. Na época o Xerox era na cantina, as baladas do momento chamavam Maria Bonita e Tequila. Entrei no ano de inauguração da Cervejaria dos Monges e o prefeito de Bauru havia sido cassado.
Sempre fui preocupado com a faculdade até tomar o primeiro pau de Cálculo II e daí vieram vários outros que resultaram nos meus 7 anos de UNESP, que foram excelentes, ainda mais por ter feito parte de uma turma de engenheiros que bateu o recorde de alunos que pegaram o extinto artigo 14. Mesmo assim essa turma rendeu um presidente do DAFAE e alguns amigos que futuramente reabriram a Atlética.
Em 2000 o Tico, que sempre vai ser meu eterno presidente, me convidou para entrar na Atlética. Até hoje agradeço por ele ter feito o convite. Foi fundamental para que eu passasse muito tempo na faculdade, mais na Atlética e, assim, cheguei aos sete ótimos anos de faculdade.
Voltando ao Tico, ele é um puta cara, pois além de reunir a galera para reabrir a Atlética ainda criou a bateria. Se a Atlética e a Naumteria chegaram ao que são hoje, devem muito a ele.
No inicio achei o convite estranho e decidi pensar. Logo vi que o Shoji, o Niza, o Doug e o Mineiro, meus amigos, entraram na onda e resolvi me juntar a esse time de malucos.
O início foi difícil, sem grana, sem experiência, sem bolas, sem uniformes, apenas com uma sala e muita vontade de trabalhar até como árbitro de futsal. Quantas noites mal dormidas, quantas reuniões intermináveis, quantas discussões, quantas besteiras tínhamos que ouvir, mas quantas risadas, quantas histórias... a conquista do primeiro patrocínio, quanto aprendizado e principalmente quantos amigos fizemos.
No ano seguinte lá estávamos na primeira reunião do Interunesp, na República Vinoma, e num piscar de olhos estávamos numa madrugada fria no Lajeado em Botucatu. Faço aqui um parênteses para lembrar uma frase do Niza – “É uma vitória estarmos aqui.”, visto de onde saímos e onde chegamos sem nenhum apoio, apenas com o suor e a vontade de cada um, que fazendo parte ou não da Atlética, estavam lá para nos ajudar. Como sempre digo, foram 3 ônibus de amigos que acreditaram numa idéia e puderam, juntos, presenciar um dos momentos marcantes do Interunesp: no final da cerimônia de abertura todos se abraçaram e fizeram uma roda mostrando um dos pontos fortes para Bauru ser foda: a união!
Tudo isso foi há quase 11 anos ( caramba! ) e, de lá para cá, é uma felicidade enorme ver como a Atlética cresceu, pois sempre tínhamos o medo que um dia isso acabasse. Muito pelo contrário, hoje nossa Atlética é muito organizada, forte e cada vez mais admirada.
O inter de Assis (2009) foi um marco para nossa Atlética, pois além de conquistarmos o campeonato (isso já não é mais novidade), tivemos inovações como o Texugo inflável, a bateria bicampeã conduzida com maestria pelo Amauri e a galera da Febre Amarela - vi o trampo desse pessoal para colocar as bandeiras e animar a nossa torcida. Há 10 anos não tínhamos bateria e hoje temos a maior torcida que acompanha a Atlética em todos os jogos. Vejo que as pessoas têm orgulho em usar a famosa bata amarela de Bauru
Com isso, para finalizar, quero parabenizar a Febre Amarela por este blog, a atual diretoria da Atlética que pude acompanhar mais de perto, todos os presidentes, membros, todos aqueles que, de uma maneira ou outra, ao longo dos anos se dedicaram à Atlética e aos atletas que nos proporcionaram emoções e conquistas e fizeram com que chegassemos onde estamos hoje, com a UNESP Bauru heptacampeã. Saibam que um dos grandes méritos da vida é passar por lugares e ter a certeza de que você contribuiu para seu desenvolvimento, ou seja, deixou lembranças e ficaram saudades."
(Sanka)